O Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta de gestão utilizada para identificar a causa principal de um problema que ocorre em empresas de qualquer tipo e porte.

Portanto, o Diagrama de Ishikawa pode ser utilizado por você para visualizar o fator que pode estar gerando algum problema no seu negócio rural.

Esse problema pode ser de diversos tipos.

Caso você não saiba qual fator está diminuindo a qualidade ou a produtividade do seu produto, o Diagrama de Ishikawa é capaz de auxiliar na identificação dele.

Não há mais espaço para tomar decisões baseadas no “achismo”, ou seja, sem ter certeza sobre o que de fato está influenciando negativamente os resultados da empresa.

Por exemplo, se você é pecuarista e o ganho de peso dos animais está abaixo do planejado e ainda não se sabe qual é o fator responsável por isso, o Diagrama de Ishikawa pode ajudar.

Nesse caso, partindo do reconhecimento do problema que é o baixo ganho de peso dos animais, você estudará todas as possíveis causas.

Será que o problema é somente a baixa oferta de pastagem? Se sim, quais fatores levaram a isso? A baixa qualidade das sementes? O manejo de adubação?

Essas são perguntas que o Diagrama de Ishikawa auxiliará você a organizar e responder.

Com isso, é possível chegar nos verdadeiros motivos da dificuldade e, aí sim, atuar corretivamente e solucioná-la.

Ferramentas de gestão bastante conhecidas como o 5W2H, Análise SWOT e o Ciclo PDCA também podem ser usadas em conjunto com o Diagrama de Ishikawa na administração do negócio.

Dessa forma, a gestão estratégica do Agronegócio é facilitada e a chance de você alcançar resultados melhores será maior.

Entretanto, o Diagrama de Ishikawa é utilizado especificamente após a detecção de problemas dos quais não se sabe as causas.

Veremos adiante o que é o Diagrama de Ishikawa, como podemos montá-lo e exemplos práticos de uso. Por isso, continue a leitura!

Origem e descrição do Diagrama de Ishikawa

O Diagrama de Ishikawa também é conhecido como Diagrama de Causa e Efeito e como Diagrama de Espinha de Peixe.

O engenheiro químico Kaoru Ishikawa foi o fundador dessa ferramenta na década de 60.

A intensão dele foi criar uma ferramenta versátil e fácil de ser utilizada com o objetivo de facilitar e otimizar a resolução de problemas.

Ou seja, algo que pudesse ser adaptado para as mais variadas realidades e áreas do conhecimento e utilizado por qualquer pessoa.

O resultado nós já conhecemos.

O Diagrama de Ishikawa é uma das ferramentas de gestão mais utilizadas e eficientes para a identificação das razões de problemas em empresas.

Por isso, você não pode deixar de fazer uso dela no Agronegócio.

O Diagrama de Ishikawa preconiza a organização de um problema (consequência negativa a ser solucionada pela sua empresa) e suas possíveis causas em forma gráfica.

Os problemas a serem estudados e solucionados podem ser de qualquer tipo e devem ser organizados por ordem de prioridade para solução.

Identificado o problema, ele deve ser colocado em destaque em uma folha onde seria a cabeça do peixe.

A partir dele, traça-se uma reta de onde você puxará seis linhas em sentidos opostos conforme a figura abaixo:

 

Ferramentas de Gestão no Agronegócio - Diagrama de Causa e Efeito

 

Essas seis linhas proporcionam o agrupamento das possíveis causas em seis motivos principais: Método, máquina, medida, meio ambiente, material e mão-de-obra.

Esses grupos se referem a causas relacionadas às técnicas empregadas, ao maquinário, às medidas, ao ambiente em questão, aos materiais utilizados e as pessoas envolvidas, respectivamente.

Assim, facilita-se a organização e a interpretação das causas que deverão ser destacadas de forma detalhada.

Por fim, será possível que você aja pontualmente no fator que mais impacta tal problema, aumentando a eficiência e minimizando as perdas.

 

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Como criar um Diagrama de Ishikawa

O Diagrama de Ishikawa pode ser criado após a detecção de um problema que você deseja solucionar.

Então o primeiro passo é a identificação dos principais problemas que afetam negativamente os resultados do seu Agronegócio.

Feito isso, podemos começar a montagem do Diagrama de Ishikawa.

Essa montagem deve ser feita durante reunião com as pessoas envolvidas nos processos relacionados ao problema e suas possíveis causas.

Nessa reunião, vocês colocarão em pauta todas as possíveis causas do problema de acordo com os seis tipos evidenciadas na figura acima, isso facilitará a organização e visualização.

Nessa etapa, o objetivo é realmente destacar todos fatores que podem estar proporcionando a ocorrência do problema de forma ampla.

Esse processo é conhecido por brainstorming ou “tempestade de ideias”.

Com isso, as chances de você deixar passar detalhes importantes e impactantes serão menores.

O resultado será a obtenção de uma figura onde há um retângulo com o problema destacado.

A partir dele, parte uma reta que origina outras seis linhas.

Essas linhas contêm as principais causas do problema.

Após isso, o Diagrama de Ishikawa estará pronto e o problema mais próximo de ser solucionado.

Deste modo, vocês poderão avaliar as formas mais simples, rápidas e efetivas de atuar corretivamente.

As principais vantagens da aplicação do Diagrama de Ishikawa são a praticidade, simplicidade e eficiência na resolução de problemas.

A aplicabilidade abrange problemas de todos os tipos e, por isso, pode ser empregado em qualquer que seja o seu negócio.

O único requisito é que as pessoas conheçam os processos envolvidos no dia a dia da empresa e da execução das atividades.

É importante lembrar que o Diagrama de Ishikawa é complementar a outras ferramentas de gestão como o ciclo PDCA.

A seguir veremos exemplo práticos de aplicação do Diagrama de Ishikawa no Agronegócio.

1º exemplo de Diagrama de Ishikawa

O primeiro exemplo que veremos envolvendo a aplicação do Diagrama de Ishikawa no Agronegócio é relacionado à produção de melancia:

 

Aplicação do Diagrama de Ishikawa no Agronegócio: exemplos práticos

Fonte: D. F. Édson et al. “Processo de produção de melancia: aumento da produtividade no agronegócio.” (2014).

 

O problema evidenciado foi a baixa produtividade de melancia.

Em seguida, podemos observar uma série de processos que poderiam estar causando o problema agrupados em seis causas principais.

No grupo “medida” temos processos relacionados à quantidade e data de execução das práticas de adubação, plantio e pulverização.

No grupo “métodos” foi elencado apenas a aplicação adequada.

A aplicação adequada refere-se ao desempenho satisfatório durante práticas como o plantio e adubação, o qual diminui a produtividade quando realizado de forma ineficiente.

A “mão de obra” mostrou os fatores pessoas e treinamento.

Como todas as atividades estão relacionadas ao desempenho das pessoas que compõem o negócio, verificar se elas estão motivadas, satisfeitas e atualizadas é fundamental.

No Agronegócio, os equipamentos envolvem todo o maquinário.

Fatores como estado de conservação, lubrificação e limpeza do maquinário devem ser observados.

Clima, chuva e insetos indicam fatores relacionados ao ambiente.

Eles têm efeito direto e podem trazer quedas de produtividade.

Ao pensar em insetos, você deve considerar todos os fatores relacionados à ocorrência de pragas e doenças.

As matérias primas englobam os insumos aplicados na lavoura.

Sementes com qualidade comprovada, fertilizantes conforme a necessidade de adubação e escolha dos agrotóxicos também impactam a produtividade.

É interessante refletir que, na prática, todos esses fatores estão interligados e podem afetar a produtividade concomitantemente.

Porém, sua análise de forma isolada pode nos ajudar a destacar, dentre esses fatores, aqueles que causam mais impactos na produtividade.

E isso pode ser feito através do Diagrama de Ishikawa.

No mesmo estudo mostrado, os autores ressaltaram que doenças causadas por viroses eram a principal causa da queda de produtividade da lavoura.

Nesse sentido, a atuação corretiva deveria priorizar todas as práticas relacionadas ao controle das viroses.

Essas práticas incluem a escolha do agrotóxico para controle do inseto vetor (pulgão), das épocas e quantidade para aplicação, assim como preparação dos colaboradores para execução dessas atividades.

2º exemplo de Diagrama de Ishikawa

O segundo exemplo de aplicação do Diagrama de Ishikawa também se refere a baixa produtividade, porém, em produção de cacau:

 

Fonte: Costa, T. B. da Silva e M. A. Mendes. “Análise da causa raiz: utilização do diagrama de Ishikawa e Método dos 5 Porquês para identificação das causas da baixa produtividade em uma cacauicultura.” (2018).

 

Nesse caso, você pode perceber que o mesmo problema (baixa produtividade) pode incluir causas distintas a depender do tipo de negócio e da interpretação de quem estudar o problema.

Entre as principais diferenças entre o exemplo 2 e o 1, podemos destacar que os autores do segundo caso acreditam que o problema não estava relacionado aos insumos utilizados na lavoura.

Além disso, enquanto que a chuva era um problema no cultivo de melancia, na produção de cacau a seca era uma das principais preocupações.

Essas características relacionadas ao clima dependem da região produtora, do tipo de cultivo e do nível técnico do seu negócio, incluindo, nesse caso, o emprego ou não de irrigação.

Na figura abaixo, você pode observar que o Diagrama de Ishikawa pode ainda ser apresentado de forma reduzida:

 

Fonte: Lopes, M. A. et al. “Uso de ferramentas de gestão na atividade leiteira: um estudo de caso no sul de Minas Gerais.” Revista Científica de Produção Animal 18.1 (2017): 26-44.

 

Nesse caso, os autores consideraram que somente fatores relacionados ao ambiente (pluviosidade e terreno) e ao método (manejo) estavam interferindo no problema (presença de lama na área de descanso).

Sendo assim, dependendo do seu contexto e da natureza do problema, é possível simplificar ainda mais o Diagrama de Ishikawa.

Desse modo, é possível facilitar a solução.

O principal cuidado, ao simplificar o Diagrama de Ishikawa, é não esquecer detalhes que podem ser fundamentais para o sucesso das medidas corretivas que serão adotadas.

Algumas causas relacionadas ao ambiente, como a época das chuvas e declividade, são de difícil correção.

Por outro lado, práticas relacionadas ao método são de mais fácil mudança.

Isso fica claro ao considerarmos que enquanto a época das chuvas é dependente exclusivamente do clima, sendo de difícil alteração, o abaulamento dos corredores é mais fácil de ser resolvido.

A aplicação do Diagrama de Ishikawa melhora a gestão do Agronegócio

É fato que um dos segredos do sucesso do seu Agronegócio é a gestão.

E a gestão da empresa passa pelo emprego de ferramentas e estratégias capazes de otimizar o emprego dos recursos disponíveis, assim como a resolução de problemas eventuais.

Nesse sentido, o Diagrama de Ishikawa destaca-se como mais uma das ferramentas disponíveis com potencial de melhorar os resultados no Agronegócio.

Seus pontos fortes são a versatilidade, simplicidade e eficiência em detectar as causas principais de problemas que podem parecer complexos.

Com isso, você poderá elevar os lucros.

Percebemos que a aplicação do Diagrama de Ishikawa nos dois exemplos que demonstravam problema com baixa produtividade pode aumentar o lucro do negócio diretamente.

Por exemplo, considerando o estudo sobre baixa produtividade em melancia, os autores indicaram a virose como a principal causa do problema.

Com a aplicação dos métodos de controle adequados, foi relatado um lucro de R$ 14.412,90 em uma safra devido ao controle da virose e aumento da produtividade.

Com isso, fica nítido que práticas simples podem trazer retornos consideráveis.

Ademais, evitou-se que tempo e dinheiro fossem investidos desordenadamente em outras atividades que não melhorariam a produtividade.

Logo, você não pode deixar de efetuar tais práticas pelo desconhecimento da necessidade de empregá-las.

Para isso, não só o Diagrama de Ishikawa, mas outras diversas ferramentas de gestão que, se empregadas em conjunto, proporcionam organização e controle de resultados.

Outras ferramentas de uso muito comum e eficiência comprovada são o ciclo PDCA, a matriz SWOT, o 5W2H, dentre outros.

Essa organização e controle de resultados é indispensável num cenário de alta competitividade no Agronegócio.

Portanto, não negligencie as estratégias e ferramentas de gestão para a administração do seu negócio, afinal, elas foram inventadas e existem para isso.

Esse é o caso do Diagrama de Ishikawa.

O resultado será uma gestão mais organizada e eficiente que proporcionará melhores resultados.

 

Técnicas de Vendas e Marketing no Agronegócio
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