O consumo e a criação de galinhas caipiras estão distribuídos em todo território nacional. Na verdade, a criação de galinhas caipiras é uma tradição em muitas regiões rurais, sendo uma atividade, geralmente, conduzida por mulheres.

Nestes locais, a criação de galinha caipira tem dois objetivos principais, ou seja, a comercialização de galinhas abatidas para consumo da carne ou a comercialização dos ovos.

Nos últimos anos, o mercado de galinha caipira cresceu consideravelmente em território nacional e, atualmente, já é possível perceber algumas organizações destinadas a este setor, como por exemplo:

A produção de galinha caipira tem ganhado cada vez mais espaço no mercado nacional, principalmente, devido a palatabilidade dos seus produtos. Fator que a diferencia das demais fontes de proteína avícola.

A carne e os ovos oriundos de galinhas caipiras são mais saborosos do que os produzidos em granjas industriais. Por isso, mesmo possuindo valor mais elevado, ainda representam a preferência de muitos consumidores.

De modo geral, as galinhas caipiras são criadas, quase que exclusivamente, por praticantes da agricultura familiar. Apesar de, já existirem organizações privadas de maiores dimensões atuando também na criação destas aves.

As galinhas caipiras são animais fáceis de serem distinguidas das galinhas industriais.

Pelo fato de terem origem em diversos lugares do mundo, elas apresentam cores e comportamentos distintos.

Além disso, as galinhas caipiras são consideras aves rústicas, pois são bem adaptadas a climas mais quentes e são resistentes a algumas enfermidades.

Desta forma, a criação de galinha caipira tem se configurado uma alternativa extremamente atrativa para diversas propriedades agrícolas. Uma vez que, podem ser produzidas em todo território nacional, possuindo comercialização garantida.

Principais raças de galinha caipira

Atualmente, existem mais de 120 raças de galinhas catalogadas. Entretanto, as mais difundidas no Brasil são as de coloração pretas, vermelhas e carijós. Além da galinha caipira, é claro, que não tem raça definida.

Genealogicamente, pode-se considerar que as galinhas caipiras brasileiras sejam o resultado do cruzamento de diversas raças, o que ocorreu completamente ao acaso.

Na prática, algumas raças de galinhas têm preferência sobre as outras em termos de produção de carne e ovos, fatores determinantes para a atividade escolhida. Sendo assim, elaboramos uma curta lista com as raças de galinha caipira de maior potencial zootécnico no Brasil.

  • Galinha Caipira Comum: é a mais distribuída pelo Brasil, podendo ser utilizada tanto para o corte como para a produção de ovos. Em média, cada ave pesa até 3 kg e gera até, 170 ovos/ano.
  • Frango de Corte Colonial Embrapa 041: foi desenvolvido pela Embrapa, tendo como finalidade, o corte. Estas aves podem ser abatidas em, aproximadamente, 85 dias e com peso médio de 2,5 kg. Esta raça é muito resistente e, por isso, é indicada para criações rústicas.
  • Embrapa 051: é a raça desenvolvida pela Embrapa de maior aceitação pelo mercado nacional. Pois pode ser direcionada tanto para o abate como para a produção de ovos. Esta galinha caipira inicia a postura a partir de 21 semanas, estendendo-se até a 80ª semana. Além disso, é considerada uma ave semipesada, de aproximadamente, 2 kg.
  • Gigante Negra de Jersey: esta ave tem origem nos EUA, é de grande porte e pode pesar até 5 kg. No Brasil, ela é utilizada para cruzamento com outras raças de galinhas caipiras mais rústicas, para aumentar a sua capacidade zootécnica.
  • Rhode Island Red: também é dos EUA e, apesar de ser utilizada para corte, a sua principal finalidade é a produção de ovos. Estas galinhas caipiras têm capacidade para produzir, cerca de, 250 ovos por anos.

Galinha caipira poedeira

Atualmente, os ovos fazem parte da alimentação brasileira de vários níveis sociais, pois são alimentos nutritivos e de baixo custo. Os ovos de galinha caipira, especificamente, são procurados por consumidores que buscam características como sabor e coloração intensa da gema.

Numa criação de galinha caipira, uma das principais vantagens está na produção de ovos. Principalmente, para a agricultura familiar, que muitas vezes integra a produção de aves com a horticultura, utilizando o excedente das plantas para alimentar as galinhas, reduzindo assim, os custos de produção.

Isso possibilita o planejamento do Agronegócio, integrando fontes alternativas de alimentação animal. Desta forma, viabiliza a obtenção de proteína animal para famílias de baixo poder aquisitivo, com uma redução significativa no consumo de ração.

Devido as características buscadas pelos consumidores, como gema mais escura, alguns produtores utilizaram aditivos sintéticos na ração para potencializar a coloração da gema. E assim, agregar valor aos ovos de galinhas industriais, os quais eram comercializados como se fossem de galinha caipira.

Entretanto, desde 1999, o MAPA proibiu está prática e, hoje, apenas pigmentos naturais podem ser adicionados, como o urucum, por exemplo.

De modo geral, podemos resumir o manejo das galinhas caipiras para a produção de ovos, na seguinte maneira:

  1. Escolha do tipo de galinha caipira, com base na preferência do mercado local pela cor e tamanho de ovos. Além de, baixa taxa de mortalidade, resistência a doenças e boa capacidade de postura, de preferência, acima de 240 ovos/ano.
  2. Após a aquisição dos pintos, tem início a fase de cria, onde os animais devem ser alimentados com ração especializada.
  3. A fase de recria, estende-se da 7ª a 18ª semana, é o período determinante para o potencial da galinha caipira poedeira, pois é quando ocorre o crescimento das aves.
  4. A fase de postura inicia-se a partir da 21ª semana e estende-se até a 70ª. Após este período, as aves podem ser abatidas, pois o potencial produtivo das galinhas caipiras para a produção de ovos cai drasticamente.

 

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Galinha caipira de corte

A carne da galinha caipira é um alimento rico em proteínas, ferro e vitaminas do complexo B, especialmente, niacina, que confere coloração um pouco mais escura a carne.

Além disso, uma das principais diferenças das galinhas caipiras para as industriais está na massa muscular. Por serem animais mais rústicos, as galinhas caipiras possuem menor rendimento de carcaça, o que não prejudica em nada a sua comercialização.

No que diz respeito ao manejo, recomenda-se que as galinhas caipiras sejam separadas de acordo com as fases de vida, para facilitar o fornecimento de ração. Uma vez que, cada fase exige uma alimentação específica.

Na prática, em pequenos produtores, isto nem sempre ocorre. Por possuírem apenas, alguns poucos animais, estes são criados de maneira extensiva, sem separação por fases de vida. No máximo, o que ocorre é a separação dos pintos dos animais maiores, mesmo que o objetivo seja proteger de predadores e não para facilitar o manejo.

De modo geral, o período de abate dos animais é extremante dependente do tipo e da qualidade da ração ou alimentação disponibilizada.

Em sistemas de produção de galinhas caipira de corte de maior capacidade operacional, algumas dicas são fundamentais ao seu sucesso, como por exemplo:

  • Substituição do galo a cada 6 meses. Está prática é altamente recomendada, para evitar que os galos não cruzem com as suas filhas, o que ocasionaria consanguinidade entre os animais.
  • Atenção ao tipo de alimentação recomendada para cada fase de crescimento.
  • Manter o calendário de vacinas atualizado.
  • Manter o ambiente de produção dos animais e de abate sempre limpos.

Alimentação para as galinhas caipiras

Independe de qual seja o objetivo da criação de galinhas caipiras, um fator é preponderante ao seu sucesso, a alimentação. Sem uma alimentação adequada, as aves terão atraso no seu desenvolvimento, menor rendimento de carcaça, menor produção e tamanho de ovos.

O ideal é que as galinhas caipiras sejam produzidas em sistemas semi-intensivos, isto é, que elas tenham livre acesso ao pasto e boa disponibilidade de ração, ao mesmo tempo.

Desta forma, ocorre a manutenção do sabor característico da carne e cor dos ovos caipiras, que tem origem no pasto, verduras, insetos, larvas e minhocas consumidos em sua dieta.

Além disso, a AVAL apenas reconhece como galinha caipira, aquelas aves alimentadas com ração constituída, preferencialmente, de origem vegetal. Sendo completamente proibido a utilização de melhoradores de base antibiótica no seu manejo.

Para as galinhas caipiras destinadas ao corte, a alimentação é essencial para que os animais estejam prontos para o abate no período previsto. No entanto, apenas linhagens ou raças de aves de crescimento lento, acima de 70 dias, se enquadram na denominação de galinha caipira.

Por isso, os produtores precisam ter bastante cuidado no momento de adquirir ou preparar as suas próprias rações.

Atualmente, o milho e a soja representam a base da alimentação das galinhas caipiras, entretanto, estes produtos são commodities e sofrem variações de acordo com as balanças comerciais internacionais. Sendo interessante para os agricultores, a utilização de fontes alternativas para alimentação destas aves.

Estudos tem demonstrado o potencial de fontes de alimentos alternativos para a produção de galinha caipira, como por exemplo:

Principais doenças das galinhas caipiras

Embora, as galinhas caipiras sejam aves rústicas, elas ainda estão sujeitas a uma série de enfermidades. Dentre as quais, as principais são:

  • Bouba aviária: popularmente, esta doença também é chamada de varíola aviária, caroço ou pipoca. Além disso, pode atingir diversos grupos de aves, sendo causada por um vírus chamado Pox vírus, está distribuída em todo o mundo. A bouba aviária manifesta os seus sintomas, principalmente, na cabeça das aves, onde ocorrem lesões. As aves infectadas podem exibir febre, penas arrepiadas e nódulos na crista, barbelas, penas e pés. Em casos mais graves, pode evoluir a cegueira. A principal forma de combate a esta doença está na vacinação e manutenção da limpeza das granjas. Uma vez que, a bouba é transmitida por insetos vetores que são atraídos por calor e fonte de água.
  • Coriza infecciosa: está doença é de origem bacteriana, sendo popularmente conhecida como “gôgo”. É altamente contagiosa, atingindo o trato respiratório de aves em todas as idades. Felizmente, a coriza é de fácil identificação, pois os seus sintomas clínicos são bem perceptíveis. Aves infectadas exibem secreção nasal, conjuntivite e edemas na cabeça e ao redor dos olhos. Em casos mais severos, as galinhas caipiras passam a respirar pela boca e ocorre a destruição do globo ocular. As principais formas para combater o gôgo consistem em separar os animais doentes, vacinas, boa alimentação e suplementação vitamínica.
  • Doença de Newcastle: é uma enfermidade de origem viral, comumente conhecida como peste aviária. As aves de galinha caipira doentes exibem sintomas similares aos de outras enfermidades, por isso, muitas vezes o diagnostico é feito de maneira inadequada. Entretanto, esta doença tem potencial para dizimar toda uma granja, já que é altamente contagiosa e tem alta taxa de mortalidade. Em alguns casos, os sintomas vêm acompanhado por distúrbios neurológicos. A melhor forma de proteção contra está doença, até o momento, é a vacinação.

Com vimos até agora, a forma mais eficiente de controlar as doenças em galinhas caipiras inclui a vacinação. Entretanto, quando fatores como alimentação adequada, ambiente limpo e bom manejo são associados, dificilmente os produtores terão problemas fitossanitários.

 

Técnicas de Vendas e Marketing no Agronegócio
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